
O tempo é quente e monótono.
As coisas se repetem de tal maneira,
que me sobe a boca uma ânsia.
Enojado,
vomito os fatos uniformes sobre meus pés.
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O ano é novo,porém a vida é mesma.
Um mar de esperanças cadentes que duram apenas durante o sorriso da fuga.
Um mar de esperanças cadentes que duram apenas durante o sorriso da fuga.
Um sorriso que serve de presságio para passagem dos sonhos.
Um sorriso sem porque,
apenas existe para alimentar o nada,
que se repete por convenção,
alienação.
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Todos sorrindo comendo a mesma ração.
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A palavra desígnio é muito cogitada,
antônima à realização.
Mudança!
Mudança!
Essa sim merece uma tributo pois foi extinta.
O suor escorre,
O suor escorre,
dizem que é o aquecimento global.
Eles insistem em procurar denominações e desculpaspara o próprio erro.
Ignorantes homicidas,ou kamikazes?
E ainda aplaudem o magnífico desenvolvimento da tecnologia.
Ignorantes homicidas,ou kamikazes?
E ainda aplaudem o magnífico desenvolvimento da tecnologia.
Nada mais do que uma tentativa de tentar suturar o ferimento que eles mesmo fizeram.
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Cegos,
somos todos tolos e cegos.
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Estamos nos matando.
Os anos passam e se acarretam nas costascomo estrelas por hora cadentes,
Os anos passam e se acarretam nas costascomo estrelas por hora cadentes,
agora mortas.
Finda-se mais um capítulo dessa tragédia.
Genocídio,homicídio,ou suicídio?
Holocausto,
Genocídio,homicídio,ou suicídio?
Holocausto,
na TV a alegria que mascara um mundo infausto.
Preterimos a evolução do vocabulário.
Preterimos a evolução do vocabulário.
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Não "concretamos" apenas o chão,
petrificamos as rosas,
e os sonhos de um povo ingênuo.
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Estagnamo-nos.
Densificamo-nos.
Como espesso óleo que escorre pelas ruas,
Como espesso óleo que escorre pelas ruas,
apenas rastejamos.
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Nódoa do tempo impregnada na vida
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Um aglomerado de parasitas alicersando-sena superfície de uma miragem.
Nos fardamos a ter que não mais viver,
Nos fardamos a ter que não mais viver,
e sim suportar os dias que passam com ardor no olhar.
Colocamo-nos sentados para assistir nossa própria destruição em penúria.
Engolimos os segundos uma a um,
Engolimos os segundos uma a um,
que descem secos e amargos
Sem brilho nos olhose sem vigor.
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Sem brilho nos olhose sem vigor.
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Nossa pele virou casca,
nossa vida virou caça.
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E agora,
apenas esperamos tudo acabar
num amanhã que não chega,
num hoje que não passa.
Saulo Figueiredo.
Saulo Figueiredo.