domingo, 25 de março de 2007


Fixo-me no devaneio.

Tão abstrato.

Plausíveis quimeras.

Desconheço.

Questiono.

Será?!

Maldizei toda indiferença do universo e do tempo.

A esmo vôo.

Insisto.

Toc toc...

Não resisto... Persisto.

Mas o que será isso?

Foi aquilo?

Um simples sinal dilataria a esperança.

Comprimiria o sofrimento.

Seria o crepúsculo de uma vida.

O incêndio de um coração gélido.

A vontade impotente nada soluciona.

O desejo que não vem à tona não equaciona.

Ninguém viu no pélago a nau à deriva.

Indiferenciada e só, ao vento do acaso.

Fixado na miragem.

No delírio, no desatino, no desafio.

Terra a vista!

Põe termo a busca.

O perímetro formoso da verdade,

É lentamente delineado com pinceis de amor.

Ao longe o vapor toma forma.

Caudaloso rio negro.

Alva costa.

Silhueta incitante.

Escárnio dos Deuses.



Thales Peixoto

domingo, 18 de março de 2007


O tempo me levou

Sina, não levar-te.

Leves sinais

Tédio deletério

Esperança fugidia.

Prever.

Expectação.

Arrepender.

Decepcionar.

Deixou-me e levou-me.

Foi-se o pensamento vivificador.

Ficou o corpo em torpor.

Sangria desesperada.

Desatar o nó.

Sanar!

Sinfonia sinérgica

Sinestesia singela

Sina sancionada!

Jamais sanada...

Sintoma da síntese sinônimo do amor.

Sobra-me, sinceramente:

“Pender entre o tédio e a esperança.”

Sapiente Schopenhauer.

Sai sarcástica! Solte-se de mim!

Leviana levedura.

Leve, levito.

Liberto, aspiro.


Thales.

domingo, 11 de março de 2007

Nonsense humbertiniano para um hermano

Ela que está tão moldada, tão démodé.

Engenharia de primeira

Alta tecnologia

Decepção na ponta

Na ponta da pupila

Que não permite a luz da felicidade entrar

Que se fecha

Que se projeta

Que se reflete

Que só olha pra dentro

E ofusca a si mesmo

Numa brincadeira de se esconder

Esconde a si mesmo dele próprio

E não deixa ser tocado

Buscando o clichê a todo custo

Uma respiração insegura é o suficiente

Toda musculatura se contrai

E ele se distrai

Acabou... Acordou... O sonho de verão...

Vamos ao carro do próximo ano

A música do top semanal

A modelo da próxima semana...

Todos inatingíveis... Enquadrados na perfeição televisionada.



Thales

quinta-feira, 1 de março de 2007

Consoante linguodental explosiva sonora (homorgânica de t)


Pensei em escrever sobre redução da maioridade penal, acabei escrevendo isso aí. Até que estou gostando dessa história de blog rsrs de certa forma preparado para ser apedrejado.


Decisão


Aquela palavra dita,

Ditou um ditoso deleite.

Desdizê-la destruiria danosamente,

Com dimensões dantescas.

Nunca dantes imaginadas.


Divisar o acontecido do futuro.

O que é e o que poderia vir a ser.

Desminto.

Decidir desdobra-se doravante.

São dardos de destino desconhecido.

Daqueles desprendidos, dilatam-se do dono.

Descrevem desautorizadamente desvios desventurados.

Diuturnamente deveras surpreendentemente.

Damos-nos conta do descortino daquela decisão.

Desenrolam-se ditas.

Desenvolvem-se desventuras.


Destarte distrações e deslizes são descaminhos da fortuna.

Danos descendem de decisões descompassadas.

Daqueles distraídos delirantes do descaso.


Delineando desavergonhadas danações.

Doentias doçuras descomunais.

Indomáveis desdenhados.

De como se deleita com a vida.


No dorso dosam delicadamente.

Desconexos dos outros.

Demasiadamente distintos de discrição desigual.

De desenganos doridos.

Despem seus sentimentos.

Desfazem devaneios amiúdes.

Dóricos desgarrados.


Decifrar o decênio póstumo.

Definitivamente decidir doravante.

Descrever o caminho de Damasco.

Ditar o dia “D”.



Thales Peixoto